domingo, 29 de março de 2009


...ele nunca havia parado pra pensar
quando nasceu se sentiu ameaçado
quem eram aquelas pessoas?
quando foi crescendo se perguntava
quem são?
porque ferem?
assim foi se armando, se protegendo
e se agora uma fortaleza
inatacável
porem tanto tem sucesso em se defender
como atacar
aos poucos começa se perguntar
quem são agora essas pessoas?
que não ligam das farpas
dos golpes
das palavras cortantes
que não retrocedem
ao ver o sangrento escudo erguido
onde entre mossas e manchas rubras
se ainda o lema
...como quiser...
ele as observa com duvidas
as investidas de aproximação
o modo como caem e se levantam
tentando novamente
e se sente fraco
e com duvidas
a duvida , a insidiosa duvida
a brecha num muro, pretenso solido
então aos poucos decide
deixar as armas e lado
cada uma que cai dói
como se fosse particionado de sua alma
no chão jaz, o escudo
tal abandono lhe faz parecer traição
mas continua
agora a armadura de farpas
então o elmo
para no fim descobrir
que dele num resta nada
com o tempo
não percebeu
seu ser com o metal se fundir
e o escudo abandonado parece
defender se contra o abandono
eis o que merece...
a frase parece gritar ao ex dono
...como quiser ...
entende agora a dor
de ver
e entender naquela tarde ali
quanto pesa ter o próprio escudo
voltado contra si...

2 comentários:

  1. parece a descrição de um semideus que se torna mortal...

    gostei loke!

    ps: e não é pq to puxando teu saco =p!

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  2. parece a descrição de um semideus que se torna mortal...[2]

    gostei sim....muito bacana, escreve bem, parabéns!

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