sábado, 12 de setembro de 2009


ontem voei a procura de confusos anjos

ontem voei a procura de mim

e não os achei

será que teriam me entendido?

se os tivesse encontrado?

assim me senti traido e abandonado

ontem me senti como o ultimo exemplar

de um ser sem origem , causa e porque

ontem afastei o q nem sabia o q era...ou tentei

ontem encontrei almas que ja fui

e ouvi o ensurdecedor grito de alguns de mim moribundos

ontem tentei matar o ultimo anjo confuso

e falhei

hoje ele ainda vive

hoje talvez eu esteja morto

hoje não procuro nada; não luto com nada

hoje; vejo na plantacao de sonhos

o estrago do estio

hoje vejo um anjo oco e vazio

domingo, 2 de agosto de 2009


Caleidoscópio



Meu nome é tempo
Um presente
Do passado, imperfeito
Embrulhado
No pardo papel do futuro
Este que esta vendo
Não sou
Estou sendo
Vivo porque sonhas
E continuo
Porque despertas
Sempre em novo sonho

sábado, 25 de julho de 2009



eucoolico


sim...
me busque
me entorne
ateh naum mais qrer
se enjoe ...
depois retorne
me abandone, me despose
como todo bom veneno
te faço bem, se de mim for pequena a dose
preencha se de mim
ateh naum ser mais
escoando pra seu corpo, alma e sangue
ateh poder dizer , que somos
sinta o nojo de me compartilhar em voce
sinta desejar o desprezo , de me desejar mais que a si
depois arrependida vomite
me expulse por todos os poros
cuspa sua propria vergonha
por querer me possuir
sim, sim
me tome , de mim mesmo
pra tentar esquecer quem eh
sempre estou aqui sempre
sempre digo sim...sim
amanha sinta a dor arrependida
me amaldicoe se amaldicoe
depois de amanha estarei la,
sim...

quarta-feira, 22 de abril de 2009



Fantasmas


Todos temos maldições
Uma das minhas é ver fantasmas, esses filhos perdidos.
Culpa eles não a tem, por serem minhas criações
Por vezes me vigiam aqui e ali escondidos
Sempre tem um esquecido
Em algum canto de papel amarelecido
Mais um eu falecido
Em cada palavra grafada
Nasce e morre, alguém de mim
Outra pista, outra pegada
De meu inicio e fim
Um dia; li um relato amargurado
E me enojei daquele ser abjeto e desesperado
Só para chegar ao fim e chorar... ao ver meu nome assinado.

domingo, 5 de abril de 2009



Num lugar desses que muitas vezes a certos olhos foram como que feitos como única intenção existir para fazer brilhar ainda mais tudo o que demais perfeito e belo, e que ainda que não houvesse no lugar nada de belo para se contrapor a ele soava horrendo e como vida é algo independente da perfeição ou de padrões humanos , de estética ou o que for havia vida ali.


Sim havia vida mas que tipo de vida alguém se perguntaria vendo-a mas ninguém talvez tenha perguntado já que não era em nenhum tempo ou lugar era o pântano apenas não se sabe como, mas, havia ali um ser refletindo o ambiente repugnante , habitante daquelas penumbras sim um ser impregnado da pegajosidade e fetidez de seu meio natural.Um dia soturno como todos os outros o ente se sobre ergue e vê numa poça de água distante ,pequenos brilhantes destacados no negror que havia ali era algo novo ele tenta pegar mas só vê sua frustração ao nada alcançar desmanchando na água o reflexo de algo que nunca havia presenciado algo belo e perfeito; naquele desespero que tomou conta de seu desgraçado intimo ele levanta agora em pé posição que nunca cogitara e olha onde nunca havia olhado ele levanta seus olhos para o firmamento e vê lá impressas na escuridão celeste as suas tão cobiçadas contas de luz como janelas minúsculas de escape para o seu ser.


Seu urro ecoa por tudo destruindo a calma que existia pela monotonia e ausência de sentimentos ódio, frustração ou o que fosse até então ; a desgraça de alguém que vive no lodo e descobre que existem coisas belas...acima bem acima.

sábado, 4 de abril de 2009



me perguntam sempre
o que tanto olho ao longe?
o que busco alem?
respondo é minha amada
em meu desvario engendrada
feita aos poucos
escrita nas paginas do meu ser
criada ora em noites insones
ora em sonhos insanos
do barro fétido de meus anseios
em palavras sangradas
boneca de retalhos
olhos daqui , boca dali
esculpindo a cuidadosamente fui a aperfeiçoando
agora um pouco de minha alma

e seus defeitos...
agora esse sorriso; assim foi
se tornando
ela
porem ...súbito percebo
mas que deus cruel soprou lhe vida
Prometéia fugidia
Galatéia traicoeira
ganhando vida... ela ganhou a escolha
volte escrevo ...
mas ela não me obedece mais
e depois da noite
és verdadeiramente a
minha verdadeira poesia perdida
então siga...
...
num te falso mais
falsa se a você mesma
e agora me resta um triste orgulho
de criar uma poesia tão perfeita
que sobrepujando o criador
segue escrevendo se a si mesma

domingo, 29 de março de 2009


...ele nunca havia parado pra pensar
quando nasceu se sentiu ameaçado
quem eram aquelas pessoas?
quando foi crescendo se perguntava
quem são?
porque ferem?
assim foi se armando, se protegendo
e se agora uma fortaleza
inatacável
porem tanto tem sucesso em se defender
como atacar
aos poucos começa se perguntar
quem são agora essas pessoas?
que não ligam das farpas
dos golpes
das palavras cortantes
que não retrocedem
ao ver o sangrento escudo erguido
onde entre mossas e manchas rubras
se ainda o lema
...como quiser...
ele as observa com duvidas
as investidas de aproximação
o modo como caem e se levantam
tentando novamente
e se sente fraco
e com duvidas
a duvida , a insidiosa duvida
a brecha num muro, pretenso solido
então aos poucos decide
deixar as armas e lado
cada uma que cai dói
como se fosse particionado de sua alma
no chão jaz, o escudo
tal abandono lhe faz parecer traição
mas continua
agora a armadura de farpas
então o elmo
para no fim descobrir
que dele num resta nada
com o tempo
não percebeu
seu ser com o metal se fundir
e o escudo abandonado parece
defender se contra o abandono
eis o que merece...
a frase parece gritar ao ex dono
...como quiser ...
entende agora a dor
de ver
e entender naquela tarde ali
quanto pesa ter o próprio escudo
voltado contra si...